MOSCOU (Reuters) - O ex-comandante de milícia e nacionalista russo Igor Girkin, que acusa o presidente do país, Vladimir Putin, e o alto escalão do Exército de fracassarem na guerra contra a Ucrânia, foi condenado nesta quinta-feira por incitação ao extremismo e sentenciado a quatro anos de prisão.
Girkin, que se declarou inocente, publicou ideias sobre ser adversário de Putin na eleição presidencial de março, dizendo que poderia fazer um melhor trabalho do que o vetereno líder.
No interior de uma cela de vidro dentro do tribunal, Girkin, de 53 anos, ouviu o veredicto revirando os olhos quando o juiz declarou que ele havia sido condenado a quatro anos de detenção em uma colônia penal. O magistrado também proibiu Girkin, que já foi um importante blogueiro do país, de usar a internet por três anos.
O canal oficial de Girkin no Telegram, mantido por aliados, informou que ele não reconhece o veredicto e que pronunciou a frase: “Eu sirvo à pátria!”.
Seu caso tem atraído atenção por ser um termômetro de quanto de crítica que o Kremlin aceita acerca de sua guerra na Ucrânia, chamada pelo governo de “operação militar especial”.
Sergei Markov, ex-conselheiro do Kremlin, afirmou que a punição de Girkin era uma lição para pessoas que se colocam como patriotas: “Claro que propagandear e insultar o líder de um país que está lutando contra a agressão de uma enorme coalizão global não é patriotismo”, afirmou ele no Telegram.