Por Jeffrey Heller
JERUSALÉM (Reuters) - O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, busca a reeleição nesta segunda-feira sob a ameaça de um iminente julgamento de corrupção, e se prevê que a terceira votação do país em menos de um ano terminará em mais um impasse.
A eleição vem na sequência de votações inconclusivas em abril e setembro que ofuscaram a aura de invencibilidade política antes desfrutada pelo premiê mais longevo de Israel, que negou irregularidades nos três casos de corrupção em que é acusado.
"Hoje não vejo nada a comemorar", disse o presidente de Israel, Reuven Rivlin, depois de votar, expressando a frustração de todo o país com as disputas eleitorais aparentemente sem fim. "A sensação que tenho não é simples, é até de vergonha, quando encaro vocês, os cidadãos de Israel".
Pesquisas de opinião preveem que nem o partido de direita Likud, de Netanyahu, nem o Azul (SA:AZUL4) e Branco, de centro, de seu principal concorrente, o ex-chefe das Forças Armadas Benny Gantz, conseguirá votos suficientes por si só, ou com seus aliados de coalizão, para ter uma maioria governista no Parlamento.
Os israelenses podem votar até as 22h, quando a mídia pode publicar as primeiras pesquisas de bocas de urna e sinalizar se o impasse foi rompido. Mais indefinição pode empurrar Israel, cujo orçamento para 2020 ainda está pendente, ainda mais para um limbo econômico.
Os candidatos estavam mais otimistas que Rivlin, que, como presidente, liderará quaisquer negociações para uma coalizão nas semanas adiante.
Votando em sua cidade-natal nos arredores de Tel Aviv, Gantz disse aos repórteres: "Realmente espero que nas próximas semanas, após os resultados, possamos colocar Israel em um novo caminho".
Netanyahu, que votou em Jerusalém, disse: "Votem. É um dia para se orgulhar".
Ele disse que Israel adotou todas as precauções necessárias para controlar a proliferação do coronavírus, e acrescentou: "As pessoas podem ir votar com confiança completa".
O comparecimento será observado atentamente, particularmente por causa da preocupação com o surto global e as acusações de rumores de má fé sobre uma contaminação em áreas vistas com bastiões de determinados partidos.
Netanyahu, que nega as acusações de que é alvo, deve ir a julgamento no dia 17 de março, quando as manipulações para a montagem de uma coalizão deve estar a pleno vapor.