Por Julien Pretot
PARIS (Reuters) - A bielorrussa Aryna Sabalenka disse nesta terça-feira no Aberto da França que não queria que seu país estivesse em conflito e não apoia a guerra na Ucrânia, distanciando-se do presidente Alexander Lukashenko.
A número dois do mundo não compareceu às duas últimas coletivas de imprensa em Paris, citando motivos de saúde mental depois de ser questionada sobre a invasão russa da Ucrânia, chamada de "operação militar especial" por Moscou e para a qual Belarus tem sido usada como base para as tropas russas.
"Não quero que meu país esteja em nenhum conflito, não apoio a guerra", disse Sabalenka a repórteres após sua vitória nas quartas de final sobre a ucraniana Elina Svitolina.
"Não apoio a guerra, o que significa que não apoio (o presidente de Belarus) Alexander Lukashenko agora."
Ela não se sentiu segura o suficiente para falar com a mídia na semana passada.
"Eu realmente me senti mal por não ter vindo aqui. Não conseguia dormir. Como se todos aqueles sentimentos ruins estivessem na minha cabeça, eu não conseguia dormir", disse Sabalenka.
"Não me arrependo das decisões. Eu me senti muito desrespeitada e me senti muito mal. Grand Slam é pressão suficiente para lidar, e eu apenas tentei concentrar em mim, no meu jogo", disse ela.
"Eu realmente espero que vocês me entendam. Vocês sabem que eu realmente respeito todos vocês... Podem perguntar o que quiserem. Vocês terão todas as informações."
"Mas na última entrevista coletiva senti que minha entrevista se tornou um programa político de TV e não sou especialista em política. Sou apenas uma jogadora de tênis", completou.
Lukashenko, o maior aliado do presidente russo Vladimir Putin entre seus vizinhos, comemorou a vitória de Sabalenka no Aberto da Austrália em janeiro e disse recentemente que as pessoas sabem de que país ela veio, mesmo que ela esteja jogando sob uma bandeira neutra.