Por Jonathan Stempel
NOVA YORK (Reuters) - Advogados de Joaquín Guzmán, o narcotraficante mexicano conhecido como El Chapo, disseram nesta terça-feira que sua condenação por tráfico de drogas deve ser descartada e um novo julgamento ordenado, uma vez que a má conduta do júri o privou de seu direito constitucional a um julgamento justo.
Em um documento apresentado a um tribunal federal no Brooklyn, em Nova York, os advogados disseram que um novo julgamento é necessário após reportagem da Vice News que disse que vários membros do júri ignoraram uma proibição do juiz sobre a cobertura midiática do caso durante o julgamento de 11 semanas.
"Ansiamos em reivindicar seus direitos em um novo julgamento", disse Eduardo Balarezo, um advogado de Guzmán, em um comunicado.
Guzmán, de 61 anos, foi condenado em 12 de fevereiro pelas 10 acusações que recebeu depois que os membros do júri ouviram evidências de mais de 50 testemunhas da acusação que ofereceram um vislumbre inédito dos mecanismos internos do Cartel de Sinaloa.
Promotores disseram que Guzmán traficou toneladas de cocaína, heroína, maconha e metanfetamina para os Estados Unidos ao longo de duas décadas, acumulando poder no México por meio de assassinatos e guerras com cartéis rivais. Ele pode ser condenado à prisão perpétua em uma audiência de determinação de pena marcada para 25 de junho.
John Marzulli, porta-voz do procurador Richard Donoghue, cujo escritório processou Guzmán, não quis comentar.
O artigo de 20 de março da Vice News se baseou em uma entrevista com um membro não identificado do júri disse que ao menos cinco outros membros violaram as ordens do juiz Brian Cogan de não acompanhar o caso Guzmán na mídia ou no Twitter.