Por Andrea Shalal
WASHINGTON (Reuters) - Nate Snyder, ex-funcionário do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos, entrou nesta terça-feira na crescente disputa para comandar o Partido Democrata, prometendo reconquistar a classe trabalhadora após as extensas derrotas nas eleições de novembro.
Snyder, que é judeu e latino, junta-se a quatro candidatos brancos do sexo masculino que disputam a direção do Comitê Nacional Democrata (DNC, na sigla em inglês) para depois que o atual presidente, Jaime Harrison, que é negro, deixar o cargo no próximo ano.
Os rivais de Snyder são o chefe do Partido Democrata de Minnesota, Ken Martin, o ex-governador de Maryland e ex-candidato à Presidência Martin O'Malley, o líder dos democratas no Wisconsin, Ben Wikler, e o senador estadual de Nova York James Skoufis. Outros candidatos ainda podem entrar na disputa.
O último homem branco a dirigir o DNC foi Tim Kaine, que serviu de 2009 a 2011. Historicamente, o Partido Democrata tem recebido forte apoio de eleitores negros e de outras pessoas de cor.
Snyder disse à Reuters que decidiu concorrer depois de participar de uma reunião de dirigentes estaduais do partido em Scottsdale, no Estado do Arizona, na semana passada, onde ficou chocado com a falta de discussão franca sobre a necessidade de mudança.
"Não podemos repetir isso, não importa o que aconteça, porque nossa democracia depende disso", disse ele. "Mas parece que ninguém quer realmente soar o alarme."
"Educação, perdão de empréstimos, colocar comida na mesa, lutar pelos oprimidos - nós meio que perdemos o rumo nisso", disse Snyder, ecoando os sentimentos do senador Bernie Sanders e dos democratas progressistas.
"E não é de surpreender que esses sejam temas comuns e pontos de entrada para grupos extremistas que buscam explorar e recrutar pessoas."
Os democratas têm se angustiado com seus próximos passos depois que o ex-presidente Donald Trump derrotou Kamala Harris em todos os Estados decisivos no pleito e os republicanos ganharam o controle do Senado e mantiveram sua maioria na Câmara dos Deputados.
O cargo de presidente do DNC é basicamente administrativo e envolve logística e captação de recursos. No entanto, o foco em quem ocupará o cargo tem aumentado devido à amplitude das perdas dos democratas e aos apelos urgentes de alguns membros do partido para uma reinicialização completa.
Os 448 membros do DNC votarão em um sucessor para Harrison em 1º de fevereiro. O grupo inclui líderes partidários locais, mais de 200 autoridades eleitas distribuídas com base na população votante e outros democratas de destaque.