MOSUL (Reuters) - Ao menos 79 pessoas morreram quando uma balsa superlotada que levava famílias para um passeio afundou no rio Tigre, em Mosul, no norte do Iraque, disseram fontes médicas à Reuters nesta quinta-feira.
A maioria das vítimas eram mulheres e crianças que não sabiam nadar, disse o chefe da Agência de Defesa Civil de Mosul, Husam Khalil.
Ele disse que o barco estava com muito mais do que a capacidade. "Normalmente, ele transporta 50 pessoas. Havia 250 pessoas a bordo antes do incidente", disse ele.
Cinco funcionários da balsa foram presos nesta quinta-feira, disseram fontes de segurança. Agentes do resgate ainda procuravam por passageiros desaparecidos.
"Eu estava perto do rio quando de repente a balsa começou a se inclinar para a esquerda e a direita, e os passageiros começaram a gritar antes de ela virar", disse Mohamed Masoud, servidor civil local.
"Vi mulheres e crianças acenando com as mãos, implorando por ajuda, mas ninguém estava lá para resgatá-las. Não sei nadar. Não podia ajudar. Sinto-me culpado. Vi pessoas se afogando".
O primeiro-ministro iraquiano, Adel Abdul Mahdi, ordenou um inquérito sobre o acidente e disse no Twitter que os culpados serão responsabilizados.
Imagens de celular mostraram a balsa afundando na água lamacenta e pessoas pedindo ajuda aos gritos. Entre os mortos, havia cerca de 19 crianças e ao menos 52 mulheres, disseram fontes médicas.
A reconstrução de Mosul, grande parte da qual foi destruída durante uma campanha militar para recapturar a cidade de militantes do Estado Islâmico em 2017, mal começou e é inconstante.
Moradores dizem se sentir abandonados pelo governo central, mas voltaram e começaram a reconstruir suas próprias casas. A maior parte da infraestrutura local continua danificada.
A equipe de resgate está recuperando sobreviventes e até agora já tirou 12 pessoas, disse Khalil.
A polícia e fontes médicas disseram mais cedo que ao menos 40 pessoas se afogaram. Uma fonte de um hospital próximo e outra de um necrotério disseram que o saldo subiu para 79.
(Por Jamal Al-Badrani e Salih Elias; reportagem adicional de Hesham Hajali no Cairo)