LIMA (Reuters) - Vinte dos países mais vulneráveis às mudanças climáticas, do reino himalaio do Butão a Tuvalu, uma nação-ilha do Pacífico, formarão um novo grupo nesta quinta-feira para pressionar por medidas mais duras para reduzir o aquecimento.
Esboços de documentos para uma reunião de ministros das Finanças em Lima, Peru, vistos pela Reuters, assinalam que os 20 países representam 700 milhões de pessoas em economias de renda baixa e média, em territórios que são áridos, sem litoral, montanhosos ou vulneráveis à elevação do nível do mar.
A proposta de plano de ação esboçada pelo grupo Vulnerável 20 (V20) procurará "reforçar a cooperação e a ação econômica e financeira para enfrentar os riscos e abordar as oportunidades das mudanças climáticas" e promover uma mudança para uma economia mundial de baixo carbono.
As metas incluiriam "a melhoria do acesso ao financiamento internacional relacionado as mudanças climáticas" para ajudar a lidar com secas, inundações, derretimento de geleiras e elevação do nível do mar. Eles disseram que uma possibilidade seria a definição de um imposto sobre as transações financeiras.
Os 20 afirmam ser responsáveis por apenas 2 por cento das emissões de gases de efeito estufa do mundo, mas sofrem uma média de mais de 50.000 mortes por ano desde 2010 por impactos que relacionam ao aumento das temperaturas.
O grupo estima que enfrentará uma "escalada de perdas de pelo menos 2,5 por cento do nosso PIB potencial por ano, estimado em 45 bilhões de dólares desde 2010."
Os membros seriam o Afeganistão, Bangladesh, Barbados, Butão, Costa Rica, Etiópia, Gana, Quênia, Kiribati, Madagáscar, Maldivas, Nepal, Filipinas, Ruanda, Santa Lúcia, Tanzânia, Timor Leste, Tuvalu, Vanuatu e Vietnã.
Os países do grupo disseram que também iriam compartilhar experiências e trabalhar por um mecanismo de seguro para repartir os riscos e ajudar na recuperação após eventos climáticos extremos e desastres.
A expectativa é que os ministros dos 20 países aprovem os documentos antes das reuniões do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial em Lima, que começam na sexta-feira.
(Por Alister Doyle, em Oslo)