NOVA DÉLHI (Reuters) - A Índia propôs que um comunicado do G20 condenando a guerra na Ucrânia também inclua as visões da Rússia e da China, para impedir um impasse no bloco, disseram autoridades indianas nesta quinta-feira. Vários líderes, incluindo o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, vão se reunir em Nova Délhi neste fim de semana para um encontro com o objetivo de aumentar a segurança alimentar, adotar ações relativas ao clima e ajudar nações pobres. Mas as decisões das 20 maiores economias do mundo estão sendo prejudicadas pelas diferenças causadas pela invasão russa à Ucrânia. Os países do Ocidente querem uma forte condenação às ações russas na declaração de Nova Délhi. O ministro das Relações Exteriores do país, Sergei Lavrov -- que participará da cúpula no lugar do presidente, Vladimir Putin -- afirmou que Moscou vetará a declaração se ela não incorporar sua posição.
A Índia sugeriu que o G20, embora possa condenar o sofrimento causado pela invasão, também reflita as posições de Moscou e Pequim de que o fórum não é o local mais adequado para a geopolítica. “Contanto que todos apoiem a estrutura do documento, há um consenso. Estamos tentando uma situação que satisfaça a todos, inclusive à Rússia, ao G7 e à China”, disse uma das autoridades indianas. A outra opção é um comunicado mais geral sobre a guerra, disse outra fonte. Se a reunião de Nova Délhi não conseguir produzir um comunicado conjunto, será a primeira vez que isso acontece na história do grupo, o que pode levantar dúvidas sobre a viabilidade do grupo. “Certamente causaria uma crise de confiança no grupo”, disse Creon Butler, diretor do think tank britânico Chatham House. (Reportagem de Shivangi Acharya, Nikunj Ohri e Sarita Chaganti Singh; reportagem adicional de Krishn Kaushik)