Por YP Rajesh
NOVA DÉLHI (Reuters) - A Índia pediu cautela nesta quarta-feira aos seus cidadãos no Canadá e àqueles que planejam visitá-lo, uma vez que as relações se deterioraram depois que cada nação expulsou um dos diplomatas da outra, em uma disputa crescente sobre o assassinato de um líder separatista sikh.
A tensão cresceu desde que o primeiro-ministro Justin Trudeau disse na segunda-feira que o Canadá estava investigando "alegações confiáveis" sobre possível envolvimento de agentes do governo indiano no assassinato de Hardeep Singh Nijjar na Colúmbia Britânica em junho.
"Em vista das crescentes atividades contra a Índia e dos crimes de ódio e violência criminosa no Canadá, todos os cidadãos indianos no país, e aqueles que estão pensando em viajar, devem ter o máximo de cautela", disse o Ministério das Relações Exteriores da Índia.
O governo do primeiro-ministro Narendra Modi rejeitou totalmente as suspeitas do Canadá de que agentes de Nova Délhi tivessem ligações com o assassinato.
"Dada a deterioração do ambiente de segurança no Canadá, os estudantes indianos, em particular, são aconselhados a exercer extrema cautela e permanecer vigilantes", acrescentou o ministério em um comunicado.
A Índia tem sido a maior nação entre estudantes internacionais no Canadá desde 2018.
Esse número aumentou 47% no ano passado, chegando a quase 320.000, o que representa cerca de 40% do total de estudantes estrangeiros, segundo o Canadian Bureau of International Education, que também ajuda as instituições a oferecer educação subsidiada a estudantes nacionais.
Na quarta-feira, uma empresa privada de entretenimento, a BookMyShow, anunciou o cancelamento de uma turnê na Índia do cantor canadense Shubhneet Singh.
Até o momento, as autoridades canadenses se recusaram a dizer por que acreditam que a Índia possa estar ligada ao assassinato de Nijjar.
(Reportagem de YP Rajesh e Rupam Jain)