BERLIM (Reuters) - O comitê de candidatura da Alemanha à Copa do Mundo de 2006 não pagou propina a representantes da Fifa para vencer a votação para sediar o torneio, afirmou o presidente da Associação Alemã de Futebol (DFB, na sigla em alemão), Wolfgang Niersbach, neste sábado, refutando acusações feitas no dia anterior por uma revista alemã.
Niersbach, que integrou a comissão de candidatura, reagiu a uma reportagem da revista Der Spiegel publicada na sexta-feira com a alegação de que a comissão alemã havia montado um fundo para o pagamento de propina a representantes da Fifa para ajudar a levar o torneio para a Alemanha no ano 2000.
A reportagem da Der Spiegel disse que entre os que tinham conhecimento da verba para suborno estava o presidente da comissão, Franz Beckenbauer, assim como Niersbach, citando documentos internos da DFB.
"Posso descartar isso categoricamente", disse Niersbach em declarações publicadas no site da DFB. "Posso assegurar que em relação à candidatura e à concessão da Copa do Mundo de 2006 não houve nenhuma 'verba para suborno' na DFB, na comissão de candidatura ou na posterior comissão de organização".
Questionado se houve algum acordo de compra de votos na eleição da Fifa em 2000, Niersbach disse: "Certamente não. Posso garantir a todos os fãs de futebol. Mesmo a Der Spiegel não forneceu nenhuma prova".
Beckenbauer não respondeu aos reiterados pedidos da Reuters por comentários. Seu agente não pode ser localizado neste sábado.
Mais cedo neste sábado, outro ex-membro da comissão de organização para 2006, Fedor Radmann, também refutou as acusações.
"A comissão de candidatura nunca subornou ninguém", disse Radmann à Sky Sports News, na Alemanha. "Estou pronto para dizer isso sob juramento. Não compramos votos".
A DFB disse na sexta que uma investigação interna não havia encontrado nenhuma contravenção no processo até a escolha como sede da Copa do Mundo de 2006, mas disse que estava investigando um pagamento de 6,7 milhões de euros da comissão à Fifa por um programa cultural durante o Mundial de 2006 e se o dinheiro foi usado para o que era pretendido.
A Der Spiegel disse que tal pagamento foi uma devolução de um empréstimo pago à comissão de candidatura pelo falecido presidente-executivo da Adidas Robert Louis-Dreyfus, para ajudar a montar o suposto fundo para pagamento de propinas, acusação também negada por Niersbach.