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Netanyahu defende na ONU ataques de Israel contra combatentes apoiados pelo Irã

Publicado 27.09.2024, 12:43
© Reuters. Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, discursa na ONUn27/09/2024nREUTERS/Eduardo Munoz

Por Michelle Nichols e John Irish

NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, condenou o Irã e defendeu os ataques de Israel contra combatentes apoiados pelos iranianos no Líbano e em Gaza, em um discurso na ONU nesta sexta-feira, enquanto diplomatas correm para garantir uma pausa no conflito cada vez maior.

"Israel vem tolerando essa situação intolerável há quase um ano. Bem, eu vim aqui hoje para dizer que já chega", disse Netanyahu à Assembleia Geral da ONU, referindo-se à escalada da violência entre o Hezbollah libanês e Israel.

Várias delegações se retiraram quando Netanyahu se aproximou do púlpito, enquanto apoiadores na galeria aplaudiam.

"Meu país está em guerra, lutando por sua vida", disse.

"Devemos nos defender contra esses assassinos selvagens. Nossos inimigos não querem apenas nos destruir, eles querem destruir nossa civilização comum e fazer com que todos nós retornemos a uma era sombria de tirania e terror", disse.

No sul do Líbano, Israel continuou a atingir alvos do Hezbollah, enquanto diplomatas da ONU expressam temor de que os ataques pudessem se transformar em uma guerra regional total.

Em seu discurso, Netanyahu procurou atribuir culpa pelo conflito ao arqui-inimigo de Israel, o Irã, cuja delegação não estava presente no discurso. Ele disse que Israel está se defendendo de Teerã em sete frentes, inclusive contra o Hamas em Gaza.

"Não há lugar no Irã que o longo braço de Israel não possa alcançar. E isso é verdade para todo o Oriente Médio. Longe de serem cordeiros levados ao matadouro, os soldados israelenses reagiram com incrível coragem", disse Netanyahu.

"Tenho outra mensagem para esta assembleia e para o mundo fora deste salão: estamos vencendo", afirmou.

Israel prosseguirá com discussões sobre as propostas de cessar-fogo para o Líbano nos próximos dias, disse Netanyahu mais cedo nesta sexta-feira, e Washington alertou que uma escalada maior dificultaria o retorno dos civis de ambos os lados para casa.

Mas Netanyahu insistiu que a campanha de Israel continuaria.

"Continuaremos a degradar o Hezbollah até que todos os nossos objetivos sejam alcançados", disse à assembleia da ONU.

PEDIDO POR SANÇÕES AO IRÃ

O primeiro-ministro israelense também pediu uma ação mais dura sobre o programa nuclear do Irã, incluindo o retorno de sanções da ONU que foram suspensas em 2015, sob um acordo nuclear com as principais potências mundiais.

"Eu peço ao Conselho de Segurança que retome as sanções do Conselho de Segurança da ONU contra o Irã, porque todos nós devemos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para garantir que o Irã nunca obtenha armas nucleares", disse Netanyahu.

Uma resolução do Conselho de Segurança, que consagrou o acordo nuclear e forneceu o poder de restaurar sanções da ONU, expira em outubro de 2025.

Sobre o conflito em Gaza, cujas negociações de cessar-fogo lideradas pelos EUA estão paralisadas, Netanyahu disse que a guerra pode terminar se os militantes do Hamas que realizaram um ataque em Israel no dia 7 de outubro se renderem, deporem suas armas e devolverem os reféns apreendidos no ataque.

"Lutaremos até alcançarmos a vitória, a vitória total, não há substituto para ela", disse.

A autoridade sênior do Hamas, Sami Abu Zuhri, condenou o discurso.

© Reuters. Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, discursa na ONU
27/09/2024
REUTERS/Eduardo Munoz

"O discurso de Netanyahu está repleto de mentiras e contradições, e a retirada de muitas delegações do salão é uma mensagem de que ninguém mais acredita nas mentiras de Netanyahu", disse Abu Zuhri à Reuters.

"O apelo de Netanyahu para que o Hamas se renda é um absurdo. A rendição não faz parte do vocabulário do movimento, e o problema está na existência da ocupação, não naqueles que estão se defendendo", afirmou Abu Zuhri.

(Reportagem de John Irish e Michelle Nichols; reportagem adicional de Nidal al-Mughrabi)

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