Por Maayan Lubell e Nidal al-Mughrabi
JERUSALÉM/CAIRO (Reuters) - O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse às famílias dos reféns mantidos em Gaza que um acordo que garantiria a libertação deles pode estar próximo, informou seu gabinete na terça-feira, enquanto os combates se intensificavam no enclave palestino.
As forças israelenses prosseguiram com uma incursão na área de Khan Younis, no sul de Gaza, depois de ordenar que os civis deixassem alguns distritos que, segundo eles, haviam sido usados para novos ataques de militantes palestinos.
Milhares de pessoas estavam fugindo para áreas mais seguras à medida que os ataques aéreos israelenses aconteciam, disseram autoridades da ONU.
Netanyahu está atualmente em Washington e deve se encontrar com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, nesta semana, depois de fazer um discurso no Congresso.
Falando na capital dos EUA na segunda-feira para as famílias dos reféns, ele disse: "As condições (para um acordo) estão, sem dúvida, amadurecendo. Isso é um bom sinal".
Os esforços para chegar a um cessar-fogo na guerra entre Israel e o Hamas, delineados por Biden em maio e mediados pelo Egito e pelo Catar, ganharam impulso no último mês.
"Infelizmente, isso não ocorrerá de uma só vez; haverá etapas. No entanto, acredito que podemos avançar o acordo e nos deixar em posse da alavancagem para conseguir a libertação dos outros (reféns não libertados na primeira etapa)", afirmou Netanyahu.
Ruby Chen, pai de Itai Chen, um soldado cujo corpo está sendo mantido em Gaza, que tem dupla cidadania, norte-americana e israelense, foi um dos membros das famílias que se reuniu com Netanyahu.
Chen disse esperar que Biden, que no domingo retirou sua candidatura à reeleição e apoiou a vice-presidente Kamala Harris como candidata democrata nas eleições de novembro nos EUA, exerça mais pressão sobre Netanyahu para garantir o acordo.
O oficial sênior do Hamas Sami Abu Zuhri afirmou à Reuters que não havia nada de novo na postura de Netanyahu.
"Netanyahu ainda está protelando e está enviando delegações apenas para acalmar a raiva das famílias dos prisioneiros israelenses", disse ele.
Os reféns foram apreendidos no ataque do Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro, no qual cerca de 1.200 pessoas foram mortas e cerca de 250 foram levadas para cativeiro, de acordo com os registros israelenses.
O Hamas e outros militantes ainda mantêm 120 reféns, cerca de um terço dos quais foi declarado morto à revelia pelas autoridades israelenses.
O número de mortos entre os palestinos na ofensiva de retaliação de Israel desde então chegou a mais de 39.000, de acordo com as autoridades de saúde de Gaza, no enclave administrado pelo Hamas. Centenas de milhares de pessoas foram deslocadas e grande parte do enclave foi destruída por ataques aéreos e bombardeios de artilharia.