JERUSALÉM (Reuters) - O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse neste sábado que anexará os assentamentos na Cisjordânia ocupada caso ganhe as eleições marcadas para a próxima terça-feira, uma promessa eleitoral tardia que enfurece os palestinos e o mundo árabe.
Em uma entrevista ao canal israelense 12 News, Netanyahu foi perguntado sobre por que não havia estendido a soberania de Israel para os grandes assentamentos da Cisjordânia como havia feito em Jerusalém Oriental e com as Colinas de Golã, territórios tomados na Guerra dos Seis Dias, em 1967.
"Quem disse que não faremos isso? Estamos a caminho, discutindo", disse Netanyahu. "Você me pergunta se estamos indo para o próximo nível - a resposta é sim, iremos ao próximo nível. Eu irei estender a soberania (israelense) e não vou distinguir entre blocos de assentamentos e assentamentos isolados."
Autoridades palestinas não estavam disponíveis imediatamente para comentar a questão.
Palestinos querem estabelecer um Estado na Cisjordânia ocupada, Jerusalém Oriental e na Faixa de Gaza. Cerca de 500 mil israelenses vivem na Cisjordânia Ocupada e na parte oriental de Jerusalém, áreas que também são a casa de 2,6 milhões de palestinos. Israel se retirou de Gaza em 2005.
Alguns dos Partidos que Netanyahu disse que buscaria incluir em um governo de coalizão caso vença as eleições defendem a anexação de partes da Cisjordânia. Netanyahu compete com esses partidos por eleitores pró-assentamentos nas eleições de 9 de abril. Seus comentários muito provavelmente devem atrair tais eleitores, que são contrários à cessão de terras aos palestinos.
Assentamentos são uma das questões mais controversas nos esforços para a reinicialização das conversas de paz entre israelenses e palestinos, que estão congeladas desde 2014.
A maioria dos países considera ilegais os assentamentos construídos por Israel em território capturado na guerra de 1967. Israel contesta a versão citando laços históricos com a região, e dizendo que o futuro da terra deveria ser determinado em negociações de paz com os palestinos.
Os Estados Unidos quebraram com décadas de consenso internacional no mês passado ao reconhecerem a soberania de Israel sobre as Colinas de Golã, capturadas da Síria por Israel.
(Por Maayan Lubell)