MANILA (Reuters) - Jornalista vencedora do Prêmio Nobel da Paz, Maria Ressa descartou nesta segunda-feira se exilar devido às acusações que enfrenta, e seus advogados pediram ao governo do presidente filipino, Rodrigo Duterte, que descarte todas as acusações contra ela.
Ressa, a primeira filipina reconhecida com um Nobel, dividiu o prêmio com o jornalista investigativo russo Dmitry Muratov, uma medida vista amplamente como um endosso aos direitos de liberdade de expressão ameaçados em todo o mundo.
A licença do Rappler, o site de notícias de Ressa, foi suspensa e ela enfrenta processos por várias razões, motivadas, dizem apoiadores, por sua vigilância das políticas de governo, entre elas uma guerra às drogas sangrenta lançada por Duterte.
"O exílio não é uma opção", disse Ressa em uma coletiva de imprensa com sua equipe legal transmitida pela internet, acrescentando que sentiu que o clima de violência e medo durante o mandato de Duterte está se amenizando antes da eleição de 2022.
Solta sob fiança enquanto apela de uma pena de seis anos de prisão imposta no ano passado devido a uma condenação por difamação, Ressa está enfrenando cinco acusações de sonegação fiscal e um processo corporativo com a agência reguladora.
"Você não conhece a sensação de liberdade até quase perdê-la", disse ela da cidade norte-americana de Boston, onde faz uma visita acadêmica.
Indagado sobre a situação de Ressa, o ministro da Justiça disse que as Filipinas valorizam a democracia, a liberdade e os direitos humanos.
(Por Neil Jerome Morales)