Por Matt Spetalnick e James Oliphant
WASHINGTON (Reuters) - A Coreia do Norte libertou três prisioneiros norte-americanos e os entregou ao secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, nesta quarta-feira, removendo um grande obstáculo para uma cúpula inédita entre o presidente norte-americano, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong Un.
Os homens, soltos depois que Pompeo se encontrou com Kim, partiram de Pyongyang para casa no avião do diplomata mais graduado dos EUA. Trump planeja recebê-los quando pousarem na base da Força Aérea de Andrews, nos arredores de Washington, perto das 2h da manhã de quinta-feira pelo horário local.
A libertação, elogiada pela Casa Branca como um "gesto de boa vontade", pareceu sinalizar um esforço de Kim para dar um tom mais favorável à cúpula, e veio na sequência de sua promessa recente de suspender os testes de mísseis e fechar uma instalação de testes de bombas nucleares da Coreia do Norte.
Embora Kim tenha soltado os últimos norte-americanos ainda em seu poder, que Pyongyang usou com frequência como moeda de troca com os EUA, sua liberação também pode visar pressionar Trump a fazer suas próprias concessões enquanto tenta convencer o regime a abdicar de seu arsenal nuclear, algo que este não mostrou estar disposto a fazer.
O gesto deu a Trump uma chance de se vangloriar de um feito diplomático um dia depois de sua decisão de retirar os EUA do acordo nuclear com o Irã render críticas de aliados europeus, entre outros.
"Tenho a satisfação de informar a vocês que o secretário de Estado Mike Pompeo está no ar voltando da Coreia do Norte com os 3 cavalheiros maravilhosos que todos estão tão ansiosos para encontrar. Eles parecem estar com boa saúde", escreveu Trump no Twitter.
"Agradeço Kim Jong Un por ter feito isto e permitir que eles partissem", disse o presidente aos repórteres na Casa Branca. Ele também agradeceu seu colega chinês, Xi Jinping, dizendo que Pequim foi "útil" para assegurar a liberdade dos três homens.
A família de um deles, Tony Kim, disse em um comunicado: "Estamos muito gratos pela libertação de nosso marido e pai, Tony Kim, e dos outros americanos detidos".
O destino dos três coreano-norte-americanos era um de vários temas delicados na véspera do primeiro encontro da história entre líderes dos EUA e da Coreia do Norte, que está sendo planejado para o final de maio ou início de junho.
Os três são o missionário coreano-norte-americano Kim Dong-chul, detido em 2015; Kim Sang-duk, também conhecido como Tony Kim, que passou um mês dando aulas na Universidade de Ciência e Tecnologia de Pyongyang, que recebe fundos do exterior, antes de ser preso em 2017, e Kim Hak-song, que deu aulas na mesma instituição.
A mídia estatal norte-coreana disse que eles foram detidos ou por subversão ou por cometerem "atos hostis" contra o governo.