Por Praveen Menon
WELLINGTON (Reuters) - A Nova Zelândia suspendeu seu tratado de extradição com Hong Kong e fez uma série de outras mudanças após a decisão chinesa de sancionar uma lei de segurança nacional para o território, informou o ministro das Relações Exteriores neozelandês, Winston Peters, nesta terça-feira.
"A Nova Zelândia não consegue mais acreditar que o sistema de Justiça criminal de Hong Kong é suficientemente independente da China", disse Peters em um comunicado.
"Se a China, no futuro, mostrar aderência à estrutura 'um país, dois sistemas', poderíamos reconsiderar esta decisão."
Pequim impôs a nova legislação à ex-colônia britânica no início do mês, apesar dos protestos de moradores de Hong Kong e de nações ocidentais, colocando o pólo financeiro em um rumo mais autoritário.
Austrália, Canadá e Reino Unido suspenderam tratados de extradição com Hong Kong no começo de julho. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, descartou o tratamento econômico preferencial da cidade.
Peters disse que a Nova Zelândia tratará as exportações de bens militares e de uso duplo e de tecnologia para Hong Kong da mesma forma que trata tais exportações para a China, parte de uma revisão de seu relacionamento geral com a ilha.
As recomendações de viagem foram atualizadas para alertar os neozelandeses dos riscos apresentados pela nova lei de segurança, acrescentou ele.
Em um comunicado publicado em seu site, a embaixada chinesa na Nova Zelândia classificou a decisão como uma violação da lei internacional e uma interferência grave nos assuntos internos da China.
"O lado chinês registrou sua preocupação grave e sua oposição forte", disse um representante da embaixada no comunicado.
A China se reserva o direito de uma reação adicional, disse o porta-voz da chancelaria chinesa, Wang Wenbin, durante uma coletiva de imprensa diária em Pequim nesta terça-feira.
A China é a maior parceira comercial da Nova Zelândia – recentemente, o comércio bilateral passou de 21 bilhões de dólares.