ANCARA (Reuters) - O primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, indicou políticos nacionalistas e pró-curdos de oposição para integrarem um gabinete de conciliação interino, nesta sexta-feira, mas manteve seus ministros das finanças e economia em uma equipe dominada por figuras leais ao partido no poder.
Davutoglu foi forçado a formar um gabinete temporário porque seu Partido AK fracassou em encontrar um parceiro menor para formar uma coalizão de governo, depois de ter perdido a maioria parlamentar na eleição de junho, que encerrou mais de uma década de domínio de um único partido.
A incerteza política tem causado nervosismo naqueles que investem na economia da Turquia, num momento em que o país se mobiliza em batalhas contra militantes curdos dentro do próprio território e combatentes do Estado Islâmico em suas fronteiras, o que tem resultado na forte depreciação da lira turca, que atinge sucessivas mínimas recordes.
O gabinete interino vai agora administrar o país membro da Otan e aspirante a integrar a União Europeia até uma nova eleição marcada para 1 de novembro.
Feridun Sinirlioglu, subsecretário no Ministério de Relações Exteriores desde 2009, foi nomeado novo chanceler, um cargo crucial num momento em que caças turcos se preparam para intensificar os ataques aéreos contra o Estado Islâmico na Síria, em ação conjunta com um coalizão liderada pelos EUA.
Fontes do governo disseram que o ex-ministro do Desenvolvimento Cevdet Yilmaz assumirá como vice-primeiro-ministro, responsável por supervisionar a economia, substituindo o prestigiado Ali Babacan, que deixa o cargo por causa de um limite imposto pelo Partido AK sobre o número de mandatos sucessivos que seus membros podem exercer no Parlamento.
O ministro das Finanças, Mehmet Simsek, e o ministro da Economia, Nihat Zeybekci, foram mantidos em seus cargos.
(Por Gulsen Solaker e Orhan Coskun)