Por Jibran Ahmad
PESHAWAR, Paquistão (Reuters) - Um destacado dirigente do Taliban renunciou nesta terça-feira em meio a uma crescente disputa de poder no movimento insurgente afegão após a notícia da morte de seu líder, mulá Mohammad Omar, na semana passada.
O rápido anúncio de que o mulá Mohammad Akhtar Mansour, há muito tempo vice do mulá Omar, assumiria seu lugar, irritou muitos altos dirigentes pelo fato de ele ter acobertado por mais de dois anos a morte de Omar.
A luta interna poderia dividir o Taliban e ameaçar as negociações de paz preliminares com o governo afegão para acabar com os três anos da guerra liderada pelos Estados Unidos contra o grupo militante, iniciada após os atentados de 11 de setembro de 2001.
Desde que a nomeação de Mansour foi anunciada pelo conselho de liderança do Taliban, que tem sua base em Quetta, no Paquistão, a decisão tem sido condenada por vários dirigentes do grupo, incluindo o irmão de Omar, que pediu uma assembleia para a escolha do novo líder.
Nesta terça-feira, Sayed Mohammad Agha Tayab, um alto dirigente do movimento, anunciou que estava deixando o cargo de diretor do Escritório Político na capital do Catar, Doha, originalmente criado para permitir que o Taliban negociasse um processo de paz. Agha disse que considerou a decisão de esconder a morte de Omar, geralmente atribuída a Mansour, um "erro histórico das pessoas em questão".
O porta-voz do Taliban Zabihullah Mujahid disse que não poderia confirmar a declaração de Agham mas dois altos membros do escritório no Catar asseguraram que ele havia renunciado na segunda-feira.