WASHINGTON (Reuters) - O plano para o fechamento da prisão militar de Guantánamo que está sendo elaborado pelo governo norte-americano vai propor a transferência para prisões do país de possivelmente dezenas de presos considerados perigosos demais para serem soltos, disse uma assessora de segurança nacional do presidente Barack Obama, iniciando assim uma briga com a oposição no Congresso.
Ao falar da proposta que a Casa Branca em breve enviará ao Congresso, Lisa Monaco, uma das principais assessoras de Obama para o combate ao terrorismo, disse na Conferência de Segurança de Aspen, no sábado, que os Estados Unidos vão intensificar as transferências de 52 detidos liberados para recolocação em outros países.
O plano prevê que os demais presos na base naval norte-americana em Cuba sejam levados para prisões militares ou de segurança máxima dentro dos EUA, para julgamento ou para continuarem sob detenção militar, disse ela. Um total de 116 detentos permanece em Guantánamo, muitos detidos há mais de uma década sem acusação formal ou julgamento.
O novo esforço de Obama para cumprir sua promessa de longa data de fechar a prisão condenada internacionalmente com certeza vai enfrentar forte resistência dos republicanos, que controlam o Congresso. Atualmente a legislação proíbe a transferência dos detidos para o território continental dos Estados Unidos.
"Por que entregar essa carga ao sucessor do presidente?", indagou a assessora na conferência no Colorado. Obama tem ainda 18 meses no cargo.
O plano, que a Casa Branca diz estar em fase de conclusão, também irá incluir o estabelecimento de "protocolos de segurança" para elevar o número dos que serão reinstalados em terceiros países, e não em seus países de origem.