Por Se Young Lee e Cheng Leng
PEQUIM (Reuters) - A China relatou neste sábado uma aguda queda em novos casos e em mortes pelo coronavírus, mas oficiais de saúde alertam que ainda é muito cedo para previsões sobre o surto, enquanto novas infecções continuam a crescer em outros países.
As autoridades chinesas informaram que a parte continental do país teve 397 novos casos confirmados na sexta-feira, em comparação a 889 um dia antes. Os números, no entanto, cresceram em outros lugares. Os surtos na Coreia do Sul, Irã, Itália e Líbano pioraram.
Na Coreia do Sul, autoridades disseram que o número de novas infecções, neste sábado, dobrou para 433 e indicaram que o total poderia crescer significativamente porque mais de 1.000 pessoas que estiveram em uma igreja no centro do surto relataram sintomas parecidos com os da gripe.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recebeu bem a queda de novos casos chineses, mas afirmou que estava preocupada com o número de novas infecções em outros locais, sem que houvesse uma ligação clara com a China, como um histórico de viagens ou contatos com casos confirmados.
"Nossa principal preocupação continua sendo o potencial do COVID-19 (o novo vírus) se espalhar em países com sistemas de saúde mais frágeis", afirmou o chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
A agência da ONU está pedindo 675 milhões de dólares em apoio para os países mais vulneráveis, afirmou, acrescentando que 13 países na África são vistos como prioridade, pelas suas ligações com a China.
No total, a China relatou 75.569 casos e 2.239 mortes à OMS, disse Tedros. Segundo dados disponíveis, a doença permanece moderada em 80% dos pacientes e grave ou crítica em 20%. O vírus foi fatal em 2% dos casos relatados.
A doença já se espalhou por 26 países e territórios fora da China continental, matando 13 pessoas, segundo contagem da Reuters.
Os últimos números da China mostraram que apenas 31 dos novos casos de sexta-feira foram fora do epicentro do vírus, na província de Hubei, a menor soma desde que a Comissão Nacional de Saúde começou a compilar dados nacionais, um mês atrás.
No entanto, novas descobertas, embora isoladas, sobre o coronavírus podem complicar os esforços para controlá-lo, incluindo o anúncio do governo de Hubei, neste sábado, de que um homem idoso demorou 27 dias para mostrar sintomas após a infecção, o dobro do período de incubação presumido de 14 dias.
Isso aconteceu depois de cientistas chineses relataram que uma mulher de Wuhan havia viajado 675 km e contagiado cinco parentes sem mostrar sinais da infecção.