Por Saud Mehsud
DERA ISMAIL KHAN, Paquistão (Reuters) - O número de mortos em um atentado suicida contra uma reunião partidária de um grupo religioso aliado ao governo do Paquistão subiu para 45 nesta segunda-feira, agravando as preocupações de segurança antes das eleições gerais em novembro.
O homem-bomba atacou a reunião de domingo do partido conservador Jamiat Ulema Islam-Fazl (JUI-F), que é conhecido por suas ligações com islamitas linha-dura, mas que condena militantes que buscam derrubar o governo paquistanês.
Cadeiras e mesas estavam empilhadas no local da explosão no distrito de Bajaur, no noroeste, perto da fronteira com o Afeganistão. Ninguém reivindicou a responsabilidade. A polícia disse que o grupo Estado Islâmico é suspeito.
Um funcionário de uma agência de resgate estatal, Bilal Faizi, disse que o número de mortos subiu para 45. Dos mais de 130 feridos, 61 estavam sob tratamento, afirmou o conselheiro de saúde do governo Riaz Anwar.
O primeiro-ministro Shehbaz Sharif denunciou a explosão de domingo como um ataque ao processo democrático. As perspectivas para a eleição geral já estavam abaladas por meses de rivalidade entre os principais partidos e acusações de envolvimento militar na política civil, que os militares negam.
"Uma justificativa para adiar a eleição pode se fortalecer se uma série de tais ataques continuar acontecendo", disse à Reuters o ex-chefe de contraterrorismo do Paquistão Khawaja Khalid Farooq. “Esses ataques direcionados podem afetar o desempenho e a campanha eleitoral dos partidos políticos”.
O Paquistão tem visto um ressurgimento de ataques de militantes islâmicos desde o ano passado, quando um cessar-fogo entre o Taliban paquistanês, o Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP), e o governo foi rompido.