Por Steve Holland e Ayesha Rascoe
WASHINGTON (Reuters) - Autoridades seniores da Casa Branca acusaram a Rússia nesta terça-feira de tentar desviar a culpa do presidente sírio, Bashar al-Assad, por um ataque com gás venenoso mortal contra civis na semana passada, o qual os Estados Unidos culpa firmemente o governo sírio.
As autoridades, que falaram a repórteres sob a condição de anonimato, disseram que o governo de Assad realizou o ataque com armas químicas de 4 de abril em Khan Sheikhoun como parte de um esforço para colocar pressão em rebeldes sírios que estavam fazendo pequenos avanços na área.
A Rússia defendeu o governo sírio, seu aliado, contra acusações norte-americanas de que o governo de Assad estaria por trás do ataque com o gás nervoso sarin na província síria de Idlib, dizendo que não há evidências para sustentar tais acusações. A Rússia culpou rebeldes sírios.
As autoridades disseram que a Rússia tem frequentemente produzido múltiplas considerações conflituosas para criar confusão e dúvidas dentro da comunidade internacional.
“As acusações russas se encaixam em um padrão de desviar a culpa do regime (sírio) e tentar prejudicar a credibilidade de seus oponentes”, disse uma das autoridades da Casa Branca.
Os EUA lançaram 59 mísseis de cruzeiro contra uma base aérea síria na quinta-feira em retaliação ao ataque com armas químicas, que matou 87 pessoas, muitas delas crianças.
A inteligência norte-americana indica que o agente químico foi disparado pela aeronave síria Su-22 que decolou da base aérea de Shayrat, segundo relatório da Casa Branca entregue a repórteres.
As autoridades não tinham comentários sobre se a Rússia pode ter conspirado com a Síria sobre o ataque. A comunidade de inteligência dos EUA não entrou em consenso sobre se a Rússia sabia do ataque antes de sua realização, disseram as autoridades.