BANGUI (Reuters) - Até 100 pessoas podem ter sido mortas em um dia de confrontos entre facções rivais em Bria, cidade de mineração de diamantes da República Centro-Africana, disse seu prefeito nesta quarta-feira.
"O número de mortes certamente irá aumentar. Por ora é uma estimativa e pode chegar a 100 mortos", disse o prefeito Maurice Belikoussou por telefone. "Ainda há mortos espalhados pelos bairros, na estrada e na vegetação", acrescentou.
A calma retornou à cidade nesta quarta-feira, e agentes humanitários estão recolhendo corpos, informou uma autoridade local da Cruz Vermelha.
Bria, capital da província de Haute-Kotto, é cobiçada por milícias devido às minas de diamante em seu entorno. Ao menos 22 pessoas foram mortas em confrontos no local no mês passado, disse a Organização das Nações Unidas (ONU), parte de uma escalada mais ampla de um conflito de muitos anos atiçado por rivalidades religiosas e étnicas.
Os embates de terça-feira acabaram com as esperanças de que um cessar-fogo entre mais de uma dúzia de milícias, assinado em Roma na segunda-feira, pudesse encerrar um conflito que já matou milhares e deslocou um quinto dos 5 milhões de habitantes da ex-colônia francesa.
A violência teve início em 2013, depois que rebeldes seleka majoritariamente muçulmanos depuseram o presidente François Bozize, provocando uma reação de milícias cristãs anti-balaka.
Rivalidades étnicas entre a minoria fulani de criadores de gado e outros grupos também alimentam o conflito.
(Por Crispin Dembassa-Kette)