DUBAI (Reuters) - O acidente ocorrido durante a peregrinação muçulmana perto da cidade saudita de Meca no mês passado matou pelo menos 2.070 pessoas, quase o triplo do número declarado pelas autoridades do país, indicou um levantamento da Reuters nesta quinta-feira.
A Arábia Saudita recebeu fortes críticas pela maneira como lidou com o desastre. A segurança durante a peregrinação, conhecida como haj, é um tema político delicado para a dinastia Al Saud, que se apresenta como guardiã do Islã e responsável pelos seus locais de culto mais sagrados em Meca e Medina.
A cifra, baseada em informações fornecidas pelo Estado, por autoridades religiosas e por reportagens da mídia local dos países das vítimas, faria desta a pior catástrofe da história da peregrinação desde que 1.400 pessoas foram mortas esmagadas em um túnel em 1990.
As autoridades sauditas vêm mantendo sua estimativa oficial de 769 mortos e 934 feridos, que não foi atualizada desde dois dias após o acidente. O Ministério da Saúde disse que quaisquer discrepâncias nos saldos de mortes podem ser explicadas pelo fato de alguns países contarem peregrinos que morreram de causas naturais.
O desastre provocou grande repúdio do arquirrival Irã, origem da maioria das vítimas, mas também de outros países muçulmanos que raramente ou nunca expressam desaprovação em relação à poderosa e rica Arábia Saudita.