Por Andy Sullivan
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, planeja um discurso no Lincoln Memorial e um possível sobrevoo do avião presidencial para a comemoração do Dia da Independência dos Estados Unidos, em Washington, atraindo críticas de transformar um evento tradicionalmente não-partidário em comício político.
O governo Trump disse nesta quarta-feira que o festejo do 4 de julho terá exibições militares e sobrevoos de aeronaves, assim como os habituais shows musicais e queima de fogos. É esperado que o Força Aérea Um, o Boeing 747 customizado usado por presidentes dos EUA, esteja entre os aviões da exibição.
A celebração anual no eixo monumental da capital norte-americana tipicamente atrai centenas de milhares de pessoas para comemorar a Declaração da Independência do país, que aconteceu em 4 de julho de 1776.
A maior mudança é a própria participação de Trump, que acontece no início de sua campanha de reeleição para 2020. Presidentes norte-americanos não aparecem em celebrações do Dia de Independência em décadas. As leis dos Estados Unidos proíbem o uso de dinheiro público para publicidade ou propaganda.
"Estamos profundamente perturbados com o fato de que o envolvimento do presidente no evento possa transformar uma tradicional celebração não-partidária em comício de campanha, pago pelos contribuintes e que servirá para dividir ainda mais o país", afirmaram três senadores democratas em carta.
A Casa Branca, perguntada sobre as possíveis implicações do discurso de Trump no início do mês, disse que ele quer ajudar "todos os americanos" a celebrar o 4 de julho.