Por Jeff Mason e Julia Edwards
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, saudou um acordo nuclear com o Irã nesta terça-feira como uma oportunidade para mudar a direção no Oriente Médio e alertou que vetará qualquer tentativa de céticos parlamentares republicanos de reverter o pacto.
Obama, com uma vitória política internacional que cumpriu uma promessa de campanha de 2008, disse que o acordo bloqueou todos os caminhos para o Irã obter uma bomba atômica.
"Após dois anos de negociações, os Estados Unidos, junto com nossos parceiros internacionais, alcançaram algo que décadas de animosidade não conseguiram: um compreensivo acordo de longo prazo com o Irã que vai evitar que o país obtenha uma arma nuclear", disse ele durante pronunciamento pela manhã.
"Acredito que seria irresponsável abandonar isso", disse Obama.
Sob o acordo, formalmente anunciado em Viena, onde as conversas ocorreram, as sanções impostas pelos EUA, pela União Europeia e pela Organização das Nações Unidas serão removidas em troca de uma limitação do programa nuclear iraniano, que Ocidente e Israel suspeitam ter como objetivo a criação de uma bomba nuclear.
Obama disse que o acordo é baseado em verificação, e não em confiança, mas sofreu uma chuva de críticas de parlamentares e candidatos presidenciais republicanos, que disseram que o presidente fez muitas concessões a Teerã.
"Em vez de tornar o mundo menos perigoso, este 'acordo' vai tornar o Irã mais ousado", disse o presidente da Câmara dos Deputados, o republicano John Boehner.
O líder da maioria no Senado, Mitch McConnell, também republicano, disse que o acordo parecia possuir elementos "falhos" de um acordo anterior temporário, e o senador republicano Bob Corker, presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado, prometeu uma rigorosa revisão dos termos.
Parlamentares norte-americanos têm o direito de estudar o pacto e podem invalidá-lo com uma resolução de desaprovação que poderia eliminar a capacidade de Obama de encerrar sanções aprovadas pelo Congresso.
Mas Obama tinha uma mensagem clara para republicanos que consideravam essa opção. "Eu vou vetar qualquer legislação que evite a implementação bem-sucedida deste acordo", afirmou.
Hillary Clinton, ex-secretária de Estado de Obama e pré-candidata democrata à Presidência em 2016, considerou o acordo um "passo importante", mas disse que a aplicação dos termos será crucial.