Por Roberta Rampton e Matt Spetalnick
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, alertou nesta sexta-feira sobre a ameaça persistente de terroristas obterem materiais nucleares, apesar do progresso na redução de tais riscos, e pediu a líderes de todo o mundo que façam mais para salvaguardar as instalações nucleares.
"Não há dúvida de que, se estes loucos colocassem as mãos em uma bomba nuclear ou em material nuclear, eles certamente o usariam para matar tantas pessoas quanto possível", disse ele na Cúpula de Segurança Nuclear em Washington.
Obama mencionou os temores de que grupos como a Al Qaeda e o Estado Islâmico tentem conseguir materiais nucleares, dizendo que não é hora de a comunidade internacional ser complacente.
O líder norte-americano está recebendo mais de 50 líderes globais em sua quarta e última cúpula, cujo foco está nos esforços para impedir o acesso a materiais nucleares vulneráveis e evitar o terrorismo nuclear. A postura desafiadora da Coreia do Norte, que declarou nesta sexta-feira que continuará com seus programas nuclear e de mísseis, também teve destaque na pauta.
Obama tem menos de 10 meses restantes no cargo para levar a cabo uma de suas principais iniciativas de política externa. Embora tenha havido avanços, muitos defensores do controle de armas dizem que o processo diplomático – que Obama concebeu e advogou – perdeu ímpeto, e pode desacelerar ainda mais depois que ele deixar a Casa Branca em janeiro de 2017.
Um boicote do presidente russo, Vladimir Putin, nada disposto a participar de uma reunião dominada pelos EUA em um momento de tensões crescentes entre Washington e Moscou por conta da Ucrânia e da Síria, aumenta as dúvidas de que o encontro irá dar ensejo a grandes decisões.
Os ataques a bomba de militantes em Bruxelas no mês passado atiçaram os temores de que o Estado Islâmico possa visar usinas nucleares, roubar material nuclear e desenvolver "bombas sujas" radioativas no futuro.
Mais cedo na sexta-feira, Obama convocou uma reunião em separado do chamado P5+1 (China, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Rússia e Alemanha), grupo que negociou o histórico acordo nuclear com o Irã em julho passado, um componente crítico de sua pauta de desarmamento atômico e um item de peso de seu legado de política externa.
(Reportagem adicional de David Brunnstrom, Doina Chiacu, Patricia Zengerle e Jeff Mason)