Por Edith Honan
KOGELO, Quênia (Reuters) - Quando Barack Obama visitar a África este mês será recebido por um continente que esperava mais atenção de um homem que eles veem como seu filho, um sentimento que é bem forte na aldeia queniana onde o pai do 44º presidente dos Estados Unidos está enterrado.
"Pensamos que o governo americano poderia, pelo menos, dar algum tipo de assistência para a área", disse Stephen Okumu Obewa, da aldeia de Kogelo, um professor que trabalha na escola primária Senador Barack Obama, assim batizada antes de Obama chegar à Casa Branca. "Talvez ele esteja de alguma forma interessado, mas não sabemos", afirmou, em uma escola em mau estado, com muitas cadeiras e mesas quebradas.
Obama escreveu sobre uma visita a Kogelo em seu livro "Sonhos do Meu Pai", de 1995, uma obra que o ajudou na sua rápida ascensão política. Algum efeito a fama teve para a aldeia, que passou a receber muitos turistas, incluindo os que batem à porta de Mama Sarah, como a mulher do avô de Obama é conhecida.
Perto está o túmulo de seu pai, chamado Barack Obama, um economista do governo queniano que morreu em um acidente de carro em 1982, quando Obama estava com 21 anos. O presidente nasceu no Havaí, quando o pai era um estudante nos EUA.
Muitos africanos se perguntam por que Obama não fez do desenvolvimento em seu continente uma prioridade em seus dois mandatos. "Com sua eleição, houve essa enorme euforia e grandes esperanças de que a relação EUA-África veria melhorias substanciais e que os EUA dariam mais atenção à África", disse David Zounmenou, um pesquisador do Instituto de Estudos de Segurança da África do Sul. "Mas o histórico é muito fraco."
Obama visitará o Quênia e a Etiópia no final de julho, em sua terceira grande viagem à África Subsaariana depois de viajar para Gana em 2009 e a Tanzânia, Senegal e África do Sul em 2011. Ele também esteve no Egito e na África do Sul (no funeral de Nelson Mandela).