Por Tom Perry
BEIRUTE (Reuters) - O bombardeio de forças pró-governo obrigou quatro centros médicos do sudoeste rebelado da Síria a pararem de funcionar de madrugada enquanto uma ofensiva apoiada pela Rússia ganhava fôlego, informou um grupo de socorro médico nesta quarta-feira.
O presidente Bashar al-Assad já havia expulsado os rebeldes de todas as áreas próximas da capital Damasco neste ano e almeja retomar o controle de áreas comandadas por insurgentes nas fronteiras com a Jordânia e as Colinas de Golã ocupadas por Israel.
A Organização das Nações Unidas (ONU) diz que a ofensiva de 10 dias forçou a saída de ao menos 45 mil civis. A Ocha, sua agência de coordenação humanitária, disse que "ataques indiscriminados contra a infraestrutura civil continuam a caracterizar o conflito".
Forças governamentais estão arremetendo contra áreas rebeldes com apoio russo apesar dos alertas dos Estados Unidos, que mediaram um acordo de "apaziguamento" com Moscou para o sudoeste sírio no ano passado.
Washington avisou Assad de que haveria repercussões sérias, mas não há sinais de ações para detê-lo.
Aviões de guerra atingiram as cidades de Dael e Saida pela primeira vez desde que a operação começou, disseram ativistas da oposição. O Observatório Sírio de Direitos Humanos disse que a ofensiva já matou 47 pessoas – mas a UOSSM, uma instituição de caridade médica que opera na área, estimou o saldo de mortes em 68.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) disse estar "preocupado com a segurança de dezenas de milhares de civis pegos na linha de fogo ou fugindo da violência na região administrativa do sul de Deraa".