Por Njuwa Maina
BUJUMBURA, Burundi (Reuters) - Um oficial sênior do Exército de Burundi disse nesta quarta-feira que estava destituindo Pierre Nkurunziza como presidente, porque sua tentativa para ocupar um terceiro mandato violou a Constituição, e soldados cercaram o prédio da emissora estatal na capital do país.
O gabinete presidencial rejeitou a declaração do major-general Godefroid Niyombare, que foi destituído por Nkurunziza como chefe da inteligência em fevereiro, e classificou como "uma piada".
Niyombare fez sua declaração para repórteres em um quartel militar na capital, enquanto o presidente estava fora do país para uma cúpula africana sobre a crise.
Niyombare, também ex-embaixador no Quênia, estava junto de diversas outras autoridades graduadas do Exército e polícia, incluindo um ex-ministro da Defesa.
"Sobre a arrogância e desafio do presidente Nkurunziza em relação à comunidade internacional, que o aconselhou a respeitar a Constituição e o acordo de paz de Arusha, o comitê para a criação da concórdia nacional decide: presidente Nkurunziza está destituído, seu governo está destituído também", disse.
Manifestantes dizem que a tentativa de Nkurunziza de assumir outro mandato de cinco anos viola o limite constitucional de dois mandatos e o acordo de paz de Arusha, que terminou em uma guerra civil étnica em 2005, que matou 300 mil pessoas.
Doadores ocidentais, incluindo os Estados Unidos, criticaram a decisão de Nkurunziza de tentar outro mandato.