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Olimpíada do Rio terá plano de segurança duas vezes maior que Londres-2012

Publicado 30.07.2015, 16:15
© Reuters. Integrantes do Bope participam de simulação para Jogos do Rio em 2016

Por Rodrigo Viga Gaier

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Olimpíada do Rio de Janeiro vai contar com um plano de segurança com mais que o dobro do número de agentes empregados nos Jogos de Londres-2012 e incluirá um novo centro de enfrentamento ao terrorismo, mas sem planos de ocupação de favelas, anunciaram autoridades nesta quinta-feira.

O esquema de proteção dos primeiros Jogos a serem realizados na América do Sul contará com cerca de 85 mil homens, ante estimados 40 mil em Londres, e será dividido entre agentes públicos, que ficarão responsáveis pela proteção fora dos locais de competição, e por agentes privados de segurança, que serão os responsáveis pela proteção de arenas e áreas de treinamento.

O valor total de investimento ainda não foi apresentado. Até o momento, o custo divulgado é de 930 milhões de reais, sendo 350 milhões de reais do Ministério da Justiça e 580 milhões de reais por parte do Ministério da Defesa. Há ainda recursos investidos em equipamentos para a Copa do Mundo de 2014 que também serão utilizados nos Jogos.

"Nunca se viu nada igual no país e a palavra-chave aqui é cooperação", disse o secretário extraordinário de Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça, Andrei Augusto Rodrigues, em entrevista coletiva.

Além de ser maior que o plano de segurança de Londres, o projeto do Rio também supera o esquema de Atenas-2004, quando foram utilizados 75 mil homens de diferentes forças. O efetivo de segurança da Olimpíada de Pequim-2008 é considerado o maior da história dos Jogos, mas os números não foram divulgados oficialmente.

Apenas na cidade do Rio, o esquema de segurança contará com algo entre 60 mil e 70 mil agentes públicos e privados de segurança. O número total de homens pode chegar a 85 mil levando-se em conta o esquema de segurança nas outras cidades-sede do futebol: São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Salvador e Manaus.

A ocupação de favelas da capital fluminense não está sendo cogitada no momento pelas autoridades de segurança para o período dos Jogos. Antes da Copa do Mundo, o governo federal autorizou as Forças Armadas a atuarem na ocupação do conjunto de favelas da Maré, na zona norte da cidade.

"Acredito que a tendência da manutenção da redução da criminalidade vai continuar acontecendo. Em 2007 (ano dos Jogos Pan-Americanos do Rio) a cidade era a segunda mais violenta do país, e hoje é a 23ª", afirmou o secretário de Segurança do Estado, José Mariano Beltrame. "Vamos fazer Jogos muito bons, assim como nos outros eventos que fizemos."

Uma novidade será a criação de um Centro Integrado de Enfrentamento ao Terror para prevenir eventuais ações terroristas. O projeto do centro está em fase final de elaboração e, de acordo com as autoridades, deve ser instalado na própria cidade do Rio de Janeiro.

"Possibilidade de terrorismo existe no mundo inteiro, mas não estamos criando o centro por conta dessa possibilidade, mas porque achamos que ao integrar esforços o resultado será melhor. Será um fórum de consenso", disse à Reuters o general Luiz Felipe Linhares, assessor especial para Grandes Eventos do Ministério da Defesa.

© Reuters. Integrantes do Bope participam de simulação para Jogos do Rio em 2016

Na Copa do Mundo, foi montado um centro de cooperação internacional em Brasília do qual participaram especialistas de 40 países na área de combate ao terrorismo. Assim como no Mundial, agentes de segurança de outros países estarão infiltrados no meio do público para garantir a segurança.

Eventuais protestos como os que aconteceram antes da Copa do Mundo de 2014 também receberão uma atenção especial das autoridades.

"A nossa preocupação é com eventual violência ou abusos que possam acontecer no seio desses movimentos. Temos um efetivo focado e ações de inteligência para que a gente possa antever a ação de vândalos e pessoas violentas que possam prejudicar o evento e a própria manifestação", disse o secretário do Ministério da Justiça.

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