Por Stephanie Nebehay
GENEBRA (Reuters) - A rápida proliferação do coronavírus aumentou o temor de uma pandemia nesta sexta-feira, depois que seis países relataram seus primeiros casos da doença, e a Organização Mundial da Saúde (OMS) elevou o alerta de risco de disseminação e impacto global para "muito alto".
As ações de todo o mundo voltaram a despencar, encerrando sua pior semana desde a crise financeira mundial de 2008 e elevando o estrago global a 6 trilhões de dólares.
A esperança de que a epidemia surgida na China no final do ano passado terminaria em meses, e de que a atividade econômica voltaria ao normal rapidamente, foi destroçada.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que sua organização não está subestimando o risco.
"É por isso que dissemos hoje que o risco global é muito alto", disse ele a repórteres em Genebra. "Nós o elevamos de 'alto' para 'muito alto'".
O porta-voz da OMS, Christian Lindmeier, disse que a possibilidade de o coronavírus chegar a muitos ou todos os países "é algo que estamos analisando e sobre o qual estamos alertando há algum tempo".
A Suíça cerrou as fileiras das nações que estão proibindo grandes eventos para tentar conter a epidemia, cancelando o Salão do Automóvel de Genebra -- um dos encontros mais importantes da indústria, que aconteceria na semana que vem.
Tedros disse que a China continental relatou 329 casos novos nas últimas 24 horas, o que representa o menor número em mais de um mês, mas elevou a cifra total para mais de 78.800 casos e quase 2.800 mortes.
As três maiores empresas aéreas chinesas reativaram alguns voos internacionais, e a Semana de Moda de Xangai, inicialmente adiada, acontecerá tal como prevista, mas na internet.
Enquanto o surto recua na China, ganha ritmo em outras partes.
México, Nigéria, Estônia, Dinamarca, Holanda e Lituânia registraram seus primeiros casos, todos relacionados a viagens para a Itália, o país europeu mais afetado. O Brasil foi o primeiro país latino-americano a registrar o vírus, e o México se tornou o segundo.
Agora os países que não a China representam cerca de três quartos das novas infecções.