Por Axel Bugge
LISBOA (Reuters) - Uma onda de calor na Europa tomou conta de Espanha e Portugal nesta sexta-feira, e governos ficaram em alerta por incêndios florestais, a Suíça deixou seus soldados usarem shorts e um supermercado finlandês convidou clientes para passarem a noite ao ar fresco.
O verão vem provocando secas e incêndios florestais em locais distantes como Reino Unido e Grécia, onde dezenas de pessoas morreram, e a Suécia alertou para incêndios florestais nesta sexta-feira.
O ar quente do norte da África causou a onda de calor mais intensa desde 2003 na Península Ibérica.
A Agência de Proteção Civil de Portugal anunciou que 426 bombeiros estão apagando incêndios ou verificando alertas de incêndio no norte e no centro. Os incêndios costumam ter início no final do dia, quando está mais quente.
As temperaturas continuarão acima dos 40 graus Celsius na Espanha e em Portugal ao menos até domingo, e podem subir de 2 a 3 graus –o que pode fazê-las superar o recorde europeu de 48 graus Celsius registrado em Atenas em 1977.
Os recordes espanhol e português estão um pouco acima dos 47 graus Celsius. Em Portugal a mídia local informou que as temperaturas podem superar as do Vale da Morte, no Estado norte-americano da Califórnia, um dos locais mais quentes do planeta.
"Lisboa será uma das cidades mais quentes do mundo neste final de semana, porque são 10 da manhã agora e o clima já está quente demais", disse Ana Pascoal, faxineira de 56 anos de um restaurante de luxo.
Segundo a previsão, partes da ressequida região portuguesa do Alentejo chegarão aos 47 graus Celsius. O país está em alerta para evitar uma repetição dos piores incêndios de sua história, que ocorreram no ano passado e deixaram 114 mortos.
François Jobard, meteorologista da Météo France, disse que a massa de ar quente do norte africano pode provocar temperaturas de 45 graus Celsius na Espanha e em Portugal até sábado, e talvez até mais elevadas.
No mês passado incêndios florestais provocaram a morte de ao menos 91 pessoas na Grécia.
"Não quero dizer nada ruim, mas ontem, quando estava vendo televisão, pensei que o mesmo pode acontecer aqui, mas estou rezando para que não aconteça", disse Eva Stigliano, turista grega que está visitando Portugal pela terceira vez. "Já vim para cá no verão, mas nunca esteve tão quente."