Por Michelle Nichols
NOVA YORK (Reuters) - O ano que vem está assumindo os contornos de uma catástrofe humanitária, e os países ricos não devem atropelar os países pobres em uma corrida por vacinas para combater a pandemia de coronavírus, disseram autoridades de alto escalão na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta sexta-feira.
O chefe do Programa Mundial de Alimentos (PMA), David Beasley, e o chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, falaram durante uma reunião especial sobre a Covid-19, que surgiu na China no final do ano passado e já infectou 65 milhões de pessoas em todo o mundo.
A pandemia, as medidas adotadas pelos países para tentar conter sua disseminação e seu impacto econômico provocaram um aumento de 40% no número de pessoas necessitadas de ajuda humanitária, disse a ONU no início desta semana, apelando por 35 milhões de dólares de financiamento de ajuda.
"2021 será literalmente catastrófico, com base no que estamos vendo a esta altura", disse Beasley, acrescentando que a fome está "batendo na porta" de uma dúzia de países.
Ele disse que o próximo ano provavelmente será "o pior ano de crise humanitária desde o início das Nações Unidas", 75 anos atrás, e que "não conseguiremos financiar tudo... então temos que priorizar, como digo, os icebergs diante do Titanic".
O secretário-geral da ONU, António Guterres, e suas principais autoridades também pediram que as vacinas contra Covid-19 sejam disponibilizadas para todos e que os países ricos ajudem países em desenvolvimento no combate e na recuperação da pandemia.