ZURIQUE (Reuters) - Uma comissão da Organização das Nações Unidas (ONU) concluiu que as forças russas foram responsáveis pela "grande maioria" das violações de direitos humanos nas primeiras semanas da guerra na Ucrânia, incluindo ataques a civis que foram potenciais crimes de guerra.
Em um relatório sobre eventos em quatro províncias do norte, a Comissão Internacional Independente de Inquérito sobre a Ucrânia concluiu que as forças russas bombardearam indiscriminadamente áreas que estavam tentando capturar e "atacaram civis que tentavam fugir".
Também encontrou abusos cometidos pela Ucrânia, incluindo dois casos de pessoas que estavam fora de ação que foram baleadas, feridas ou torturadas.
“As Forças Armadas russas são responsáveis pela grande maioria das violações identificadas, incluindo crimes de guerra. As forças ucranianas também cometeram violações do direito internacional humanitário em alguns casos, incluindo dois incidentes que se qualificam como crimes de guerra", disse o Conselho de Direitos Humanos da ONU em um resumo do relatório.
O relatório abrangeu eventos nas regiões de Kiev, Chernihiv, Kharkiv e Sumy, na Ucrânia, no final de fevereiro e março de 2022, após a invasão da Rússia em 24 de fevereiro.
Todas essas quatro províncias já foram totalmente recapturadas pela Ucrânia, depois que o ataque da Rússia à capital fracassou. As forças ucranianas que recapturaram áreas perto de Kiev encontraram dezenas de corpos nas ruas e enterros em massa durante a ocupação russa.
Moscou nega atacar civis deliberadamente, embora tenha arrasado vilarejos e cidades em toda a Ucrânia durante o que inicialmente chamou de "operação militar especial" para desarmar sua vizinha. Kiev disse que punirá abusos cometidos por suas próprias forças, mas acredita que o número desses incidentes é pequeno.