Por Jonathan Landay e Humeyra Pamuk e Simon Lewis
(Reuters) - A Organização das Nações Unidas afirmou nesta sexta-feira que não está ciente de nenhum programa de armas biológicas na Ucrânia, enquanto Washington e seus aliados expressaram preocupações de que a Rússia possa estar disseminando essa acusação sem provas para poder lançar os seus próprios ataques com armas biológicas ou químicas.
A Rússia convocou a reunião dos 15 membros do Conselho de Segurança da ONU para reforçar sua acusação infundada de que a Ucrânia administra laboratórios de guerra biológica com apoio dos EUA.
Isso pode acabar sendo um tiro no pé para Moscou porque os membros rejeitaram a afirmação como “mentira” e “total absurdo” e usaram a sessão para amplificar acusações de que a Rússia deliberadamente tentou atingir e matou centenas de civis em sua invasão de 15 dias que o presidente Vladimir Putin chama de “operação militar especial”.
Izumi Nakamitsu, Alto Representante da ONU para Questões de Desarmamento, disse ao conselho que a ONU “não está ciente” de nenhum programa de armas biológicas na Ucrânia, que ratificou um tratado internacional que proibia essas armas, assim como a Rússia.
O enviado russo à ONU, Vasily Nebenzya, repetiu a acusação --sem apresentar evidências-- de que a Ucrânia tem um laboratório de armas biológicas com apoio do Departamento de Defesa dos EUA.
Sob um acordo de 2005, o Pentágono auxilia vários laboratórios de saúde pública da Ucrânia a melhorar a segurança de patógenos perigosos e a tecnologia usada para pesquisa. Esse projeto teve o apoio de outros países e da Organização Mundial de Saúde.
A embaixadora norte-americana na ONU, Linda Thomas-Greenfield, disse que o governo dos EUA estava “profundamente preocupado” que a Rússia tenha convocado a sessão com um pretexto falso para preparar o terreno para o seu próprio uso de armas químicas ou biológicas na Ucrânia.
(Reportagem de Jonathan Landay e Humeyra Pamuk)