Por Tom Miles
GENEBRA (Reuters) - Cerca de 250 mil civis na cercada região leste de Aleppo na Síria ficaram sem suprimentos de ajuda, mas o governo sírio e os seus aliados não acordaram uma passagem com segurança para um comboio de socorro, disse uma autoridade de ajuda humanitária da Organização das Nações Unidas nesta sexta-feira.
Ataques aéreos e bombardeios no leste da maior cidade síria, uma região controlada pelos rebeldes, mataram dezenas de pessoas nesta semana, diz um grupo de monitoramento. O bombardeio foi retomado na terça-feira, após uma pausa de quatro semanas, e foi parte de um aumento mais abrangente das ações militares pelo governo sírio e os seus aliados, incluindo a Rússia, contra os insurgentes.
Jan Egeland, assessor humanitário das Nações Unidas, afirmou que civis retidos pelo cerco estão sem comida e medicamentos e se preparando para um ataque ainda mais violento.
"O meu entendimento é que praticamente todos os depósitos estão agora vazios, e dezenas de milhares de famílias estão ficando sem comida e todos os outros suprimentos”, declarou Egeland à Reuters. “Este é um momento muito sombrio, e nós não estamos falando sobre um tsunami aqui, mas de uma catástrofe inteiramente causada pelo homem.”
Grupos rebeldes em Aleppo concordaram em princípio com um plano de socorro humanitário das Nações Unidas que permitiria a entrada de agentes de saúde, suprimentos médicos e comida no leste de Aleppo e possibilitaria a retirada dos doentes e feridos, mas detalhes operacionais ainda têm de ser acordados, disse Egeland.
A Rússia afirmou que vê o plano de forma positiva, mas não deu uma luz verde oficial, disse ele. Ao mesmo tempo, segundo Egeland, Moscou intensificou a sua campanha aérea em apoio às forças terrestres sírias.