CARTUM (Reuters) - A ONU pediu nesta quinta-feira aos países com influência na África que ajudem a acabar com o conflito no Sudão, após relatos de progresso nas negociações de trégua entre o Exército e o grupo paramilitar rival Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês).
Confrontos atingiram Halfaya, um ponto de entrada para a capital, no início da quinta-feira, quando os moradores ouviram aviões de guerra circulando sobre Cartum e suas cidades adjacentes de Bahri e Omdurman, mas os combates pareciam mais calmos do que na quarta-feira.
Em público, nenhum dos lados mostrou estar pronto para oferecer concessões para acabar com o conflito que eclodiu repentinamente no mês passado, ameaçando lançar o Sudão em uma guerra civil, matando centenas de pessoas e desencadeando uma crise humanitária.
O general do Exército Yassir al-Atta afirmou na quinta-feira que as negociações deveriam ter como objetivo remover as Forças de Apoio Rápido de Cartum, fundir seus combatentes com o Exército regular e levar seus líderes a julgamento.
"Qualquer diálogo fora desses pontos está simplesmente atrasando a guerra para outro momento", disse ele ao jornal Asharq al-Awsat, acrescentando que o Exército derrotou as forças RSF em um local importante de Cartum.
A RSF disse na quarta-feira que controlava quase toda Cartum e acusou o Exército de "violações implacáveis". A Reuters não pôde verificar os relatos de forma independente.
As negociações em Jeddah representam o esforço mais sério até agora para interromper os combates, e os mediadores dos EUA disseram na quarta-feira que estavam "cautelosamente otimistas".
(Reportagem de Nafisa Eltahir no Cairo, Aziz Yaakoubi em Riad, Hatem Maher em Dubai e Emma Farge e Gabrielle Tetrault-Farber em Genebra)