Por Guy Faulconbridge e Michelle Nichols
LONDRES/NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - A Organização das Nações Unidas (ONU) está tentando intermediar a retomada das exportações russas de amônia através da Ucrânia, disse um diplomata ocidental nesta terça-feira, uma medida que pode estabelecer um acordo histórico para permitir remessas ucranianas de alimentos e fertilizantes a partir dos portos do Mar Negro.
A amônia é um ingrediente-chave para a fabricação de fertilizantes de nitrato. Um oleoduto que transportava amônia da região russa do Volga para o porto ucraniano de Odessa, no Mar Negro, foi fechado quando a Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro.
Facilitar as exportações de alimentos e fertilizantes da Rússia é um objetivo central de um acordo mediado pela ONU e a Turquia em 22 de julho, e que também reiniciou o envio de grãos e fertilizantes da Ucrânia pelo Mar Negro. A Rússia recentemente criticou o acordo, reclamando que suas exportações ainda estavam prejudicadas.
A ONU propôs que o gás de amônia de propriedade da produtora russa de fertilizantes Uralchem seja transportado por gasoduto para a fronteira Rússia-Ucrânia. Lá ele seria comprado pela Trammo, trader de commodities com sede nos Estados Unidos, de acordo com a proposta.
A Trammo e a Uralchem não responderam imediatamente a um pedido de comentário.
O gasoduto foi projetado para bombear até 2,5 milhões de toneladas de amônia por ano.
"A ONU está envidando todos os esforços para permitir um resultado positivo nas exportações russas de amônia para os mercados internacionais", disse Rebeca Grynspan, autoridade comercial da ONU, que lidera a tentativa de facilitação das exportações russas de alimentos e fertilizantes.
Ela se recusou a comentar os detalhes do acordo e disse que era "muito cedo para dizer" o quão próximo estava um acordo. Grynspan disse que alimentos e fertilizantes estavam sendo exportados dos portos russos.
A Ucrânia e a Rússia são grandes exportadores globais de grãos e fertilizantes. A ONU disse que o acordo sobre as exportações russas e ucranianas é necessário para enfrentar uma crise global de alimentos que, segundo ela, foi agravada pela guerra da Rússia na Ucrânia, levando cerca de 47 milhões de pessoas à "fome aguda".