Por Varsha Saraogi
LONDRES (Thomson Reuters Foundation) - Após mais de 140 anos sendo morta a facadas no palco, a heroína cigana da ópera “Carmen” recebe sua própria vingança em uma nova produção italiana, atirando em seu frustrado amante como alternativa.
A popular ópera do compositor francês Georges Bizet, que estreou em 1875, terá um novo final quando for apresentada em 7 de janeiro em Florença para destacar a batalha em curso para acabar com a violência contra mulheres na Itália.
Na versão mais recente, escrita pelo diretor italiano Leo Muscato, a paqueradora Carmen não irá mais morrer pelas mãos de seu amante rejeitado, Don Jose, que abandonou por um toureiro, mas irá matá-lo.
O chefe da Fundação Musical Teatro del Maggio, de Florença, Cristiano Chiarot, disse ter discutido mudar a ópera com Muscato para dar à obra um final mais moderno.
“Em um momento em que nossa sociedade está tendo que confrontar o assassinato de mulheres, como podemos ousar aplaudir o assassinato de uma mulher?”, disse Chiarot, que assumiu no ano passado, à Thomson Reuters Foundation por email.
Números do Instituto Nacional de Estatísticas da Itália indicam que uma em cada três mulheres italianas entre 16 e 70 anos passou por violência física ou sexual em 2014, enquanto 149 mulheres foram assassinadas em 2016, metade delas mortas por parceiros ou ex-parceiros. OLBRENT Reuters Brazil Online Report Entertainment News 20180103T201801+0000