CARACAS (Reuters) - Simpatizantes da oposição da Venezuela fizeram filas nesta segunda-feira em todo o país para validar as assinaturas que fazem parte do longo processo de convocação de um referendo revogatório contra o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, altamente impopular no momento devido à crise econômica do país.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) exige que todos aqueles que firmaram o pedido de referendo de Maduro, de 53 anos, voltem às seções eleitorais para que suas assinaturas sejam confirmadas com detecção de impressão digital.
Os adversários do governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) afirmam que a exigência é parte de um esforço mais amplo do CNE para atrasar a consulta popular a pedido de Maduro.
"Isto é necessário porque a situação política do país é insustentável, o que estamos vivendo é horrível", disse José Gomez, comerciante de 45 anos, em uma fila de centenas de pessoas em um das seções da capital Caracas.
A queda recente no preço do petróleo devastou o modelo econômico socialista da nação-membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), levando a filas imensas de consumidores, prateleiras de supermercados vazias e uma revolta crescente entre os cerca de 30 milhões de habitantes.
Maduro, eleito em 2013 após a morte do presidente e padrinho político Hugo Chávez, insiste que é vítima de uma "guerra econômica" liderada por empresários com apoio de Washington.
(Por Sarah Dagher)