Por Essi Lehto e Anne Kauranen
HELSINQUE (Reuters) - Três partidos da oposição na Finlândia pediram nesta quarta-feira a realização de um voto de desconfiança contra o governo para esta semana devido a um escândalo de racismo que tem abalado a coligação governista desde que assumiu o poder em junho.
A votação, focada na ministra das Finanças, Riikka Purra, e no ministro dos Assuntos Econômicos, Wille Rydman, ambos do Partido dos Finlandeses, de extrema-direita, é amplamente vista como um constrangimento para o governo, mas não se espera que derrube o gabinete ou force a saída da dupla.
Poucos dias após assumir o poder, o governo de quatro partidos estava em crise depois que a imprensa finlandesa revelou escritos antigos de vários ministros do Partido dos Finlandeses que foram considerados racistas pelos críticos.
Em uma tentativa de evitar o colapso, o governo concordou na semana passada com uma política para combater a intolerância e a apresentou na quarta-feira para uma discussão plenária no Parlamento.
Mas a promessa de um novo foco na antidiscriminação era “tarde demais”, disse a principal legenda da oposição, o Partido Social-Democrata.
“O governo é incapaz de mostrar que renunciou ao racismo”, disse Nasima Razmyar, deputada nascida no Afeganistão, que propôs a moção de desconfiança em nome dos social-democratas.
A votação, que deve ocorrer na sexta-feira, também incluirá votações separadas visando Purra e Rydman individualmente, de acordo com os três partidos autores da moção, que além dos social-democratas também inclui a Liga Verde e a Aliança de Esquerda.
Mas os três partidos da oposição têm apenas 67 assentos combinados no Parlamento de 200 assentos, enquanto o governo comanda 108 assentos, tornando improvável que a moção seja aprovada.