Por Jessica Damiana e Fransiska Nangoy
JACARTA (Reuters) - O candidato presidencial derrotado Prabowo Subianto contestará o resultado da eleição indonésia de 17 de abril no Tribunal Constitucional, nesta sexta-feira, depois de se queixar que a votação foi manipulada.
O presidente Joko Widodo obteve 55,5% dos votos da eleição na terceira maior democracia do mundo e derrotou o general da reserva Prabowo, que teve 44,5%, anunciou a Comissão Geral Eleitoral (KPU) na terça-feira.
Após o anúncio, Prabowo repetiu afirmações anteriores de que houve fraudes generalizadas a favor do presidente, e milhares de seus apoiadores protestaram contra o resultado na capital nesta semana.
Oito pessoas morreram, três delas adolescentes, e 737 ficaram feridas em duas noites de tumultos, disse o governador de Jacarta, Anies Baswedan.
A agência eleitoral disse não haver indícios de fraude sistemática, e observadores independentes disseram que a votação foi livre e justa.
"O processo de submeter a ação civil e outros esforços legais são medidas para que possamos apresentar resultados eleitorais que sejam livres e justos", disse o vice de chapa de Prabowo, Sandiaga Uno, aos repórteres.
Ele disse que as pessoas "testemunharam com os próprios olhos" que a votação foi injusta.
Uma pesquisa de boca de urna realizada pela empresa Indikator Politik da Indonésia mostrou que 94% dos eleitores acredita que a votação foi livre e justa.
A polícia prendeu centenas de pessoas acusadas de participar dos tumultos e provocar violência, duas das quais são membros de um grupo militante que jurou lealdade ao Estado Islâmico, disse o porta-voz da Polícia Nacional, Muhammad Iqbal.
A polícia também encontrou envelopes com dinheiro, o que sugere que instigadores podem ter pago alguns dos arruaceiros, disse Iqbal, acrescentando que exames mostraram que alguns dos suspeitos haviam ingerido o estimulante metanfetamina.
Dezenas de manifestantes começaram a se reunir perto do Tribunal Constitucional na tarde local desta sexta-feira, antecipando-se à chegada de Prabowo.
Widodo prometeu ações duras contra aqueles que instigarem tumultos, enquanto Prabowo pediu protestos pacíficos e moderação.
(Reportagem adicional de Gayatri Suroyo e Kanupriya Kapoor)