CARACAS (Reuters) - A oposição na Venezuela está convocando um protesto nacional neste mês contra uma eleição "fraudulenta" que ela diz estar manipulada em favor do presidente Nicolás Maduro, na primeira grande mobilização desde a onda de protesto de ruas no ano passado.
Um grupo recém-formado chamado Frente Ampla para uma Venezuela Livre, que inclui tanto partidos de oposição quanto estudantes, ativistas de sindicatos e professores universitários, convocou a manifestação para 17 de março em uma reunião nesta quinta-feira.
Os principais partidos de oposição do país, que estão boicotando a eleição de 20 de maio, pararam de convocar protestos no ano passado depois que quatro meses de conflitos com as forças de segurança deixaram mais de 120 pessoas mortas mas falharam em forçar a renúncia de Maduro.
"Nós anunciamos o protesto contra a fraude para 17 de março", disse Victor Marquez, presidente da Associação de Professores Universitários, uma das organizações do grupo. Ele classificou a eleição de 20 de maio de uma tentativa de "prevenir a mudança de presidente e do modelo sócio-político que causa miséria".
A maior parte dos partidos de oposição está boicotando a eleição sob o argumento de que, nos termos que está, ela não dá condições para uma eleição justa.
Eles destacam que os dois principais líderes da oposição estão impedidos de ocuparem cargos públicos, vários partidos foram postos na ilegalidade e a comissão de eleição tem favorecido consistentemente o governo do Partido Socialista.
No entanto, o antigo governador de oposição Henri Falcón está concorrendo em desafio ao boicote, incitando críticas de que ele é um cavalo de Tróia de Maduro. Falcón insiste que ele ganhará e nega estar em conluio com o governo.
(Por Andreina Aponte)