CARACAS (Reuters) - As conversas entre a oposição da Venezuela e o governo do presidente Nicolás Maduro patrocinadas pela Noruega devem se concentrar em eleições, disse um negociador opositor nesta segunda-feira, mas o diálogo continua travado porque o governo abandonou os procedimentos.
A delegação de Maduro suspendeu sua participação no mês passado para protestar contra uma nova leva de sanções dos Estados Unidos, e ainda não determinou quando voltará às tratativas, que almejam resolver o impasse político do país.
O líder da oposição, Juan Guaidó, que foi reconhecido por mais de 50 países, inclusive o Brasil, como o presidente legítimo da nação, disse que esta precisa de uma votação livre e justa após a reeleição de Maduro em 2018, vista por muitos como fraudulenta.
"Foi o regime que saiu abruptamente porque não quis debater... o que é importante para o país, que é a realização de uma eleição livre", disse o parlamentar Stalin González, um negociador destacado da oposição.
Indagado quando as conversas serão retomadas, González respondeu que "esta pergunta deveria ser feita ao regime, se eles estão preparados ou não para debater as questões importantes".
Nem o Ministério da Informação venezuelano nem o Ministério das Relações Exteriores norueguês respondeu a pedidos de comentários.
No mês passado, quatro fontes disseram à Reuters que, durante as conversas, aliados de Maduro debateram a possibilidade de convocar uma eleição presidencial nos próximos meses.
Em tese, a delegação do governo concordou com a votação com a condição de que os EUA suspendam as sanções, que Maduro concorra como candidato do Partido Socialista e que ela aconteça em um ano, disse uma das fontes.
(Por Brian Ellsworth e Corina Pons)