Por Lisa Barrington e Aziz El Yaakoubi
DUBAI (Reuters) - Grupos de oposição no Bahrein disseram rejeitar a decisão do estado do Golfo em prol da normalização das relações com Israel, com um importante clérigo xiita pedindo neste domingo à população da região que resista ao acordo.
O clérigo aiatolá Isa Qassim, que vive no Irã, disse ser contra a normalização entre os países árabes e Israel, em um comunicado publicado pelo al-Weqaf, partido de oposição dissolvido no Bahrein, um grupo próximo a Qassim.
Os acordos firmados entre Israel e os Emirados Árabes Unidos no mês passado, e entre Israel e Bahrein na sexta-feira, vão contra a vontade do povo, disse ele.
"Há uma grande divergência entre governantes e governados em pensamento, mente, objetivos e interesses. Os governos estão passando por uma derrota psicológica e querem impô-la ao povo, e o povo deve resistir a essa derrota", disse Qassim.
Um grupo de associações políticas e civis do Bahrein, incluindo a Ordem dos Advogados do Bahrein, expressou neste domingo sua oposição ao acordo em um comunicado conjunto.
"O que resulta da normalização das relações entre os países não terá apoio popular, em linha com o que gerações do Bahrein foram educadas em termos de adesão à causa palestina", disse o comunicado.
O chefe da mais alta corte do Bahrein ordenou que os funcionários do judiciário não critiquem a política do governo ou expressem opiniões que prejudiquem a unidade nacional, informou o jornal al-Bilad neste domingo.
O ministro das Relações Exteriores do Bahrein disse que os direitos palestinos continuam sendo uma prioridade para o reino.
Os habitantes do Bahrein já haviam criticado os compromissos de seu governo com Israel, incluindo a conferência de junho passado em Manama para lançar um acordo de 50 bilhões de dólares liderado pelos EUA em prol da paz entre israelenses e palestinos.