Por Tom Balmforth
MOSCOU (Reuters) - Ativistas da oposição da Rússia disseram nesta quinta-feira que pretendem ir adiante com uma manifestação não autorizada em Moscou no fim de semana, apesar de buscas policiais de madrugada e de uma série de detenções, inclusive a prisão do líder opositor Alexei Navalny.
Navalny, destacado crítico do Kremlin, foi preso por 30 dias na quarta-feira por pedir às pessoas que protestem na capital no sábado contra a exclusão de vários candidatos com inclinação opositora de uma eleição local em 8 de setembro.
Aliados indicaram que o protesto de sábado acontecerá, apesar da repressão.
"Pessoal, mesmo que eles espanquem todos nós hoje à noite, vocês sabem onde estar no sábado", tuitaram Ilya Yashin, candidato opositor excluído da eleição, e Navalny.
Lyubov Sobol, outra aliada de Navalny impedida de concorrer, publicou um panfleto da manifestação em suas redes sociais na noite de quarta-feira, e os seguidores de Navalny disseram em um comunicado emitido nesta quinta-feira que estão revoltados, mas determinados.
"A prisão de Alexei não deterá os protestos", afirmaram.
Embora a eleição para selecionar membros do Legislativo de Moscou não seja nacional, ativistas da oposição a veem como uma oportunidade para tentar ganhar terreno na capital, onde candidatos apoiados pelo Kremlin se mostraram menos populares no passado do que em outras partes do país.
Autoridades eleitorais barraram os candidatos opositores na disputa da legislatura moscovita alegando que não obtiveram assinaturas genuínas suficientes de eleitores para se registrarem.
Os candidatos impedidos questionam o argumento. A verdadeira razão, dizem, é impedi-los de desafiar o domínio do Kremlin sobre o poder.
A polícia fez buscas nas casas de quatro ativistas opositores na noite de quarta-feira, disseram defensores dos direitos humanos. Ivan Zhdanov, aliado de Navalny e um dos ativistas cuja casa foi revistada, disse que foi levado para um interrogatório tarde da noite.
A repressão ocorreu depois que o Comitê Investigativo da Rússia iniciou, na quarta-feira, uma investigação criminal sobre um protesto da oposição realizado em junho que diz poder ter obstruído o trabalho da comissão eleitoral de Moscou.
Um protesto no final de semana passado pedindo que os candidatos fossem registrados reuniu mais de 20 mil pessoas, segundo um monitor.