Por Natalia Zinets e Margaryta Chornokondratenko
KIEV (Reuters) - Um ativista bielorrusso que vivia exilado na Ucrânia foi encontrado enforcado em um parque próximo de sua casa em Kiev na manhã desta terça-feira, e a polícia ucraniana disse que iniciou uma investigação de homicídio.
Na segunda-feira, a companheira de Vitaly Shishov --que liderava uma organização sediada em Kiev que ajuda bielorrussos fugindo da perseguição-- havia informado o desaparecimento dele por não ter voltado para casa após uma corrida.
A polícia disse que iniciou uma investigação criminal de suspeita de homicídio, o que inclui analisar se agressores tentaram fazer o assassinato parecer um suicídio.
Shishov, de 26 anos, sentia-se sob vigilância constante desde que partiu de Belarus no ano passado depois de participar de protestos contra o governo, disseram seus colegas. Ele havia sido alertado para possíveis ameaças, inclusive ser sequestrado ou morto.
Ucrânia, Polônia e Lituânia se tornaram portos seguros para bielorrussos durante uma repressão do presidente Alexander Lukashenko na esteira de uma eleição contestada do ano passado. Dezenas de milhares de pessoas já foram detidas, e figuras destacadas da oposição estão presas ou morando no exterior.
"É preocupante que aqueles que fogem de Belarus ainda não possam estar seguros", tuitou a opositora exilada Sviatlana Tsikhanouskaya.
A morte de Shishov foi relatada pela agência de notícias oficial bielorrussa Belta, mas as autoridades de Minsk não comentaram. Não foi possível contatar o porta-voz de Lukashenko.
(Por Natalia Zinets e Ilya Zhegulev em Kiev em Emma Thomasson em Genebra)