MOSCOU (Reuters) - Atualmente preso, o líder opositor russo Alexei Navalny apresentou uma queixa oficial dizendo que foi envenenado enquanto estava sob custódia no domingo, disse seu advogado Vadim Kobzev nas redes sociais.
O crítico do Kremlin foi levado às pressas a um hospital com o que sua porta-voz descreveu como "inchaço intenso no rosto e vermelhidão na pele". Ele teve alta e voltou à custódia um dia depois.
Navalny havia contatado um departamento regional do Comitê Investigativo da Rússia "com um comunicado sobre o crime cometido em conexão com seu envenenamento", disse Kobzev nesta quinta-feira.
Sua equipe legal está pedindo um exame forense para identificar o agente usado e verificações das imagens das câmaras de vigilância de sua cela, acrescentou o advogado.
O Kremlin não comentou o incidente.
Um hospital estatal russo disse que exames em Navalny não acusaram veneno, mas sua médica pessoal disse que as descobertas são inconclusivas.
Navalny foi preso por 30 dias na semana passada por exortar as pessoas a participarem de protestos desautorizados no sábado.
A polícia deteve mais de mil pessoas na manifestação em Moscou, uma das maiores ações repressivas dos últimos anos contra uma oposição cada vez mais desafiadora que denuncia o controle rígido do presidente Vladimir Putin.
Até agora a polícia russa identificou 10 suspeitos principais envolvidos no que chama de rebelião civil em massa e já fez cinco prisões, disseram investigadores nesta quinta-feira.
Antes de outro protesto da oposição planejado para o próximo sábado, o Comitê Investigativo disse que a polícia pretende prender mais suspeitos de envolvimento nos tumultos. Acusações de rebelião civil em massa acarretam em uma pena de até 15 anos de prisão na Rússia.
(Por Polina Devitt)