(Reuters) - O político da oposição russa Ilya Yashin foi condenado em tribunal a oito anos e meio de prisão nesta sexta-feira sob a acusação de espalhar "informação falsa" sobre o Exército.
Yashin, de 39 anos, foi julgado por causa de um vídeo no YouTube divulgado em abril no qual discutia evidências descobertas por jornalistas ocidentais sobre atrocidades russas em Bucha, perto de Kiev, e lançava dúvidas sobre a versão oficial de Moscou de que tais relatos haviam sido fabricados como uma "provocação" contra a Rússia.
Desde a invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro, Moscou tem intensificado sua repressão à dissidência pública, com as figuras mais proeminentes da oposição na prisão ou no exílio.
Dias após a invasão, foi aprovada uma legislação que prevê penas de prisão de até 15 anos para quem disseminar "informações falsas" sobre os militares.
Em uma postagem desafiadora em seu canal no Telegram, Yashin instou seus apoiadores a continuarem se opondo à guerra na Ucrânia.
"Com este veredicto histérico, as autoridades querem nos intimidar, mas, na verdade, isso apenas mostra sua fraqueza. Líderes fortes são calmos e confiantes. Somente os fracos tentam calar a boca de todos e chamuscar qualquer tipo de dissidência", escreveu ele.
O presidente Vladimir Putin, questionado sobre o caso durante uma coletiva de imprensa, disse que é inaceitável questionar uma decisão judicial.
(Por Mark Trevelyan e Jake Cordell)